Ubiquos Marginalius

image(2).jpg Foto de Nathan Dumlao na Unsplash

Escrevendo a toque de caixa, só para dizer que não abandonei o blog. De fato, escrevo todo dia, mas apenas para mim, naquele exercício que chamam de Páginas Matinais (link). Ele, junto da terapia, que comecei um mês atrás, têm sido grande fonte de insight sobre mim, para mim e por mim.

Eu tenho, inclusive, notas e ideias para o blog, rabiscadas à mão, no quadro em branco, no aplicativo de notas, enfim, em todo lugar (perdi, inclusive, a oportunidade de batizar o blog como Marginália Ubíqua, mas tudo bem). O que acontece é que me demoro em preparação, e esse ritual acaba sendo suficiente, muitas vezes, para dar fim ao ato de postar.

Outras vezes eu simplesmente aniquilo a vontade publicar fazendo um tuíte à moda antiga, que é como o bluesky aparece para mim. Se quiser me adicionar ou só dar um bizu nas quantidade absurda de insights que escrevi lá ultimamente (e que absolvi o blog de ter isso em formato longo), o perfil esta aberto em (aham, note que fiz personalização do nome) bsky.w4lker.com.br/.

Eu queria falar tanta coisa aqui, como minha primeira interação aprofundada com outro - ele veio por email falar um pouco sobre meditação, e desenvolvemos algumas ideias com grande potencial. Mencionei a ele que quero traduzir com outras pessoas o livro do Analayo, ele disse que estudou e traduziu textos budistas de linhagem tibetana. Depois disso eu comecei a ler um livro de budismo novo, chamado Coração aberto, mente aberta: Despertando o poder do amor essencial de Tsonknyi Rinpoche (link), mas a quantidade de coisas que me coloco a ler ao mesmo tempo acaba me tornando um leitor extremamente lento. Mas ainda vou ler e escrever sobre ele aqui.

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Eu escrevo livros para aliviar-me da dor. Esse é o principal motivo para escrever. Ponto. (Bret Easton Ellis)

As leituras são muitas, eu reitero, mas não são as únicas coisas que me desviam de escrever aqui - eu tenho jogado bastante também. Depois de acabar Alan Wake II e ter ficado realmente impressionado, comecei a ver algumas séries detetivescas, porque tudo era sobre mistério para mim. True Detective 4 (HBO) e Monsieur Spade como destaque, e dependi de baixar no torrent para assistir. Antes disso eu vi Murder at the end of the world e genuinamente curti - ao contrário de True Detective e Monsieur Spade que fiz um esforço para aproveitar (e nem vi o finale desta última ainda, que saiu faz quase duas semanas).

Sam spade, inclusive, é protagonista de um livro que comprei no sebo (link) porque essa era minha vontade então - e depois vi o filme noir com Bogart como o cínico e hard boiled detetive. Era, portanto, de se esperar que eu iria dar um jeito de ver essa fanfiction com Clive Owen no papel principal. Me lembrou um pouco de Perry Mason, em seus melhores momentos, mas eles não foram muitos. Talvez seja melhor voltar aos livros, pensei. E foi o que fiz. Comprei mais um livro de detetive (na verdade sempre que sinto que minha leitura de ficção está devagar, leio um romance policial para dar um fôlego) usado - desta vez de uma autora que nunca li, chamada Fred Vargas - recomendação da professora de literatura francesa Thaïs Chauvel (link). O livro se chama O Homem dos Círculos Azuis e está sendo fenomenal.

Eu queria inclusive falar mais profundamente sobre tudo isso que passei apenas por cima aqui, mas a conta não está fechando - e mais importante, a energia não está fluindo; ainda assim essa é minha nova iteração deste recorrente dilema de escrever para os outros, na internet, com fins de trocar ideia, sim, mas também de dar vazão de uma existência que não cabe mais em si, de tão rica, multidisciplinar e caótica e usando (teimosamente) de um meio (texto) que agora pode ser adulterado e consumido por IA (link para texto anterior sobre chatgpt).

A pessoa que me mandou um email comentando meu post (ainda fico perplexo ao pensar o quanto isso é legal, enquanto escrevo isso), tem ela mesmo um blog sensacional, que juntou várias coisas que tentei ano passado e que não consegui: uma aba pra textos longos, outra para notas curtas, e um blogroll. É simples, no sentido de que cumpre sua função e não se mete a ser algo além de um blog, mas tem a sofisticação de quem trabalhou para funcionar bem - eu sei porque eu tentei e é difícil para chuchu para pessoas sem conhecimento técnico e muita paciência - tenho quase duas mil notas no meu obsidian e todas as vezes que tentei transformar em um site deu xabu, e no dele tá super. Você acha o link do blog ali embaixo no meu web ring (ou nesse link). Espero que te inspire como me inspirou.

Para concluir, quero dizer que não prometo entregar textos novos toda semana - eu realmente não to conseguindo, com o mestrado e o curso de geografia andando em paralelo até o ano que vem; mas posso adiantar que o uso de IA em produção de texto, para mim, é coisa do passado. Exceto, talvez, em contextos onde a produção é feita apenas pela produção em si, o que não é o caso de um blog artesanal como esse, que é lido por cerca de 0,4 pessoas por mês. Também não acho que é o caso para colocar um badge afirmando isso orgulhosamente - embora eu entenda quem faça - mas para mim é apenas uma questão de gosto e nada mais. O equivalente entre comer no burger king ou na sua casa.

No mais é isso, e vamos nos falando.

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